Hérnia Diafragmática Congênita - O inicio da história.

Olá pessoal, primeiro quero agradecer a todos que visitarem a este blog. O principal objetivo dele é a troca de experiências e informações sobre esta rara má formação congênita e como procurar o tratamento em nossa região, já que soube que pais da região Norte precisaram se deslocar até outras regiões distante a procura de tratamento para seus filhos e em um momento tão dificil, terem de ficar longe de seus familiares. Moro em Manaus e aqui recebi um otimo acompanhamento e tratamento quando descobrimos que a minha filha com apenas 17 dias de vida tinha HDC.  Meu nome é Cleice, tenho somente uma filha que se chama Ana Clara. Bem, tive uma gravidez aparentemente normal, sendo que, no primeiro trimestre com todos aqueles exames do pré-natal, no exame de toxoplasmose o resultado foi positivo, meu obstetra pediu pra eu ir até um infectologista para saber mais sobre o resultado, já que eu sou muito curioso e na ocasião enchi o meu médico de perguntas. O infectologista pediu um novo exame, dizendo que muitas vezes o resultado da primeira amostra é um "falso positivo", mas neste segundo exame, deu novamente positivo, porém não tinha nenhum sintoma clinico. Até que no quinto mês, fiz outro exame e desta vez deu negativo. Esta foi a unica intercorrência que tive durante minha gravidez. Em minha ignorância, acredito que isso foi uma das causas de minha filha ter tido esta má formação. Tive a Clara em parto césareo e na hora do nascimento ela não chorou e teve uma "depressão respiratória" que não nos foi comunicado. Quando retornei da anestesia, perguntei a minha irmã o que tinha acontecido durante o parto já que tinha ouvido eles (os médicos) comentarem sobre uma depressão respiratória, e eu não sabia se o ocorrido tinha sido comigo ou com a Clara. Ela entrou em contato com meu obstetra e ele informou que isso era normal com nascimentos cesáreos e que estava tudo bem tanto comigo quanto com a criança. Porem, a pediatra neonatal foi a principal, posso dizer, culpada por toda a complicação q a Clara veio a ter, porque sabia que a Clara tinha um problema e não sei pelo qual motivo não investigou. A história só estava começando. Recebemos alta no terceiro dia e fomos felizes para casa. A Clara é morena, mais eu tinha uma dúvida, porque via as duas mãozinhas e os pezinhos dela com mancha roxas, perguntei as enfermeiras e a minha mãe se aquilo era normal e todos diziam que sim, era porque ela seria bem escurinha. Eu mãe de primeira viagem, acreditava nos mais experientes e não questionava muito. Fiz os primeiros testes (olhinho e pezinho) e marquei a primeira consulta com o pediatra, no dia da consulta o médico não pode ir ao consultório e transferiu a consulta para outro dia e a Clara já estava com 16 dias, neste dia a noite a Clara estava muito aguniada com gases, e achavamos que eram as benditas cólicas de bebes, mais eu sentia como se os gases andassem pelas costinhas dela e naum na barriga, dormimos mal nesta noite e pela manhã acordou chorando muito, um choro desesperado, de muita dor, até que vomitou uma baba muito espessa e ficou completamente roxa e sem ar. Em nosso desespero (meu e de minha mãe), minha mãe clamou ao Senhor e mandou eu chupar na boca dela. Eu imediatamente chupei e ela voltou a respirar, ficou molenguinha e fomos para o pronto socorro, chegando lá a pediatra de plantão ao ouvi-la disse que ela teria q ficar internada porque estava com uma grave pneumonia. Eu discordei com ela, já que a Clara não tinha nenhuma tosse, espirro, secreção nasal, febre, nada que pudesse acreditar q ela estivesse com pneumonia. Fomos imediatamente ao raio-x e a medica nos acompanhou. Quando ela viu o resultado, vi no seu semblante que algo errado e grave estava acontecendo. Ela nos levou direto ao cirurgião pediatrico e ele foi bem claro em me dizer o que estava acontecendo, enquanto eu atordoada conversa com ele, minha mãe já tinha ido acompanhar a Clara que foi levada diretamente para sala de reanimação e teve q ser entubada para não agrava mais do que já estava a situação dela. O cirurgião me falou sobre a HDC e disse que o pulmão esquerdo estava sobre o direito, que o coração tbm estava deslocado, que as alças intestinais e estômago estavam dentro do torax. E que a situação dela era bem dificil, mas que iam tentar e perguntou se eu acreditava em Deus, porque ele ia fazer o possivel, mais só Deus faria o impossivel. Foi quando caiu a minha ficha e entrei em desespero. A Clara ficou dois dias na UTI antes de fazer a cirurgia, ela precisava se hidratar e ficar mais fortinha e no terceiro dia internada e com 20 dias de nascida passou pela primeira cirurgia, realizada pela Dra. Auxiliadora Neves e pelo Dr. Sidney Ribeiro, dois ótimos cirurgiãs pediátricos. Com a benção de Deus, a Clara recuperou-se maravilhosamente bem e recebeu alta com 11 dias. Mais uma vitória e fomos para casa comemorar pela vida da Clara.  

Clara com 5 dias de nascida tomando chazinho.