Bem, a alegria durou pouco. Depois de passarmos oito dias em casa, tomando todo cuidado possivel para a Clara ter uma boa recuperação, infelizmente o desespero tomou novamente conta de todos. Era um domingo e a Clara já acordou enjoadinha, dei os remédios direito, inclusive o analgésico e ela continuava reclamando, não conseguia dormir direito, estava inquieta. Todos estavam em casa para o almoço de domingo, mais não estava indo conforme o palnejado. O pai da Clara deitou com ela na rede, a Clara adora uma rede, e nada. A avó fez tudo e nada, eu já estava ficando nervosa, até que após o almoço resolvi ligar para a pediatra dela Dra. Regina Célia, uma maravilhosa médica, ela pediu pra mim dar de 6/6 horas o analgésico e fiz conforme tinha me falado, mais naum calmou nada, liguei novamente e ela já ouviu o choro da Clara e pediu pra mim leva-la no PS (pronto socorro) para investigarem melhor. Fui e chegando lá encontrei a mesma médica que atendeu a Clara na primeira vez, e foi logo nos reconhecendo e perguntando o que estavamos fazendo de novo lá, eu já fui chorando desesperada e ela pegou a Clara dos meus braços e foi examina-la e olhou com tristeza para mim e disse: "mãezinha a Clarinha vai ter q ficar, ela não esta bem, vou pedir um raio-x e uma tomografia". Depois disso eu já sabia q algo serio estava acontecendo e não conseguia segurar as lágrimas, minha mãe e companheira estava comigo mais uma vez nesta hora dificil, meu marido com o jeito dele fechado tbm nunca me deixou só, minhas irmãs e meus cunhados sempre disponivéis, nossos amigos se mostraram bem mais amigos do que já eram. Voltando ao que interessa. Quando chegou o resultado do raio x, foi encontrado água no pulmão esquerdo e na TC um abcesso pulmonar. A solução? Cirurgia novamente. A Clara não tinha condições de fazer uma outra cirurgia de imediato. A cirurgiã Dra. Auxiliadora foi chamada e disse que ia retirar a água para melhorar a dor, mas a Clara estava com uma anemia alta e precisava tomar sangue. Passamos uma semana internada aguardando a melhora dela e na segunda (02/05/2005) ela passou pela segunda cirurgia. Gente, essa cirurgia foi horrivel. Demorou mais de quatro horas no centro cirurgico e nós sem noticias nenhuma, quando ela saiu do CC ela foi transferida para a UTI Pediátrica em outro hospital e no caminho o dreno saiu e ficou furando o pulmão esquerdo, eu podia ver a pressa do anestesista em chegar ao hospital e eu naum podia fazer nada, sabe aquela sensação de impotência? Chegamos ao hospital e eles foram correndo para dentro e eu não pude acompanha-los, pediram para gente esperar na recepção que depois iam me chamar para eu vê-la. Demorou mais ou menos umas três horas para nos chamarem. Quanta agonia nossa naquele dia. Até que o Dr. Eugênio nos chamou e foi nos informar da intercorrência e nos deixou entrar para vê-la. Que susto!!! Vi a Clara que tinha apenas um mês do tamanho de uma criança de um ano de tão inchada que estava. Cheia de tubos, dreno, sonda, aparelhos. Uma cena q nunca vamos esquecer. Ela passou por varias complicações durante sua recuperação na UTI, teve um bloqueio cardiaco, pneumonia bacteriana, hemorragia cerebral, uma dia estava bem outro mal, passava um ou dois exturbada e voltava novamente pro tubo e assim passou 28 dias na UTI. Fomos para casa e ela parecia um bebê recem nascido de tão magrinha que estava. Carregavamos ela em um travesseiro de bebê. E continuou a luta e a história.
Clarinha na UTI, um dia antes de pegar alta.
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